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Lesbofobia: 10 frases que lésbicas estão cansadas de ouvir

O ano é 2020, mas lésbicas ainda estão sujeitas a comentários absurdos e desnecessários. Por isso, elencamos 10 frases que lésbicas estão cansadas de ouvir, como abordar esses assuntos com respeito e uma forma de ajudar a modificar essa realidade!

 

É 2020, mas não parece: lésbicas já estão cansadas de ouvir algumas frases

 

Ser lésbica é um ato de coragem. Toda lésbica tem que passar por um duplo enfrentamento: além de ter que lidar com invisibilidade, medo, violência e discriminação, também enfrenta a desigualdade de gênero e o machismo. Apenas ser mulher já é estar sujeita a muita coisa. E, tenhamos sinceridade: ninguém deseja estar sujeita à violência e preconceito, não é mesmo?

A luta pela a visibilidade lésbica no Brasil já acontece há muito tempo. Essas mulheres estão sujeitas à lesbofobia, que é a discriminação em relação à orientação sexual das lésbicas. Isso é ainda mais reforçado pelo conservadorismo, típico do nosso país. O ano é 2020, mas elas ainda estão sujeitas a comentários absurdos e desnecessários. Por isso, elencamos algumas frases já batidas pelo senso comum e trouxemos opções para substituí-las!

 

1. Troque “Isso é só uma fase, vai passar” por “Estou aqui caso você queira falar sobre isso”

 

Essa fala acaba minimizando os sentimentos da outra pessoa, como se fosse uma confusão, bobeira ou fase do desenvolvimento. Quando se julga o momento de alguém sobre processos identitários, corremos o risco de realizar uma invisibilização da existência lésbica. Sem a representação social acontece o sentimento de não existência, apagando a história de muitas mulheres. Afinal, as lutas pelos direitos de existência, reconhecimento e respeito à sua sexualidade vem de longa data.

 

2. Troque “Quem é o homem da relação?” por “Esse assunto é muito novo para mim, poderia me ajudar a entender?”

 

Usar o padrão de casal heterossexual para definir uma relação lésbica configura o que chamamos de binaridade de gênero, nesse caso aplicada aos papéis de gênero. Nem toda relação precisa ter uma figura masculina. Não tem homem da relação, e é possível que mulheres que amam mulheres sejam felizes assim.

 

3. Troque “Você é tão linda, nem parece ser lésbica”  por “Você é tão linda!”

 

No geral, esse comentário acaba invalidando a existência da homossexualidade, porque a coloca como consequência de algum outro fator (neste caso, a beleza). Orientação sexual vai além dos critérios estéticos alheios. Primeiro, é importante compreender que orientação sexual e estética não estão correlacionados. Segundo, o que é belo para você, pode não ser para mim. Afinal, beleza é algo bastante subjetivo. De qualquer forma, você pode simplesmente elogiar alguém sem falar sobre sua orientação – tendo o cuidado, claro, de distinguir assédio de elogio! 

 

4. Troque “Você ainda não encontrou o homem certo” por “Que legal que você encontrou alguém de quem gosta!”

 

 

A orientação sexual de alguém não está ligada à experimentação e sim com atração sexual e afetiva. Essa preocupação pela relação sexual da mulher lésbica, como se ela nunca tivesse tido uma relação com o homem “certo” e como se o homem fosse capaz de fazer ela virar heterossexual, é horrível. A escolha não está ligada a relações heterossexuais que poderiam ou não acontecer com homens. Se te incomoda o prazer do outro, o problema está em você e não no outro.

 

5. Troque “Tudo bem ser lésbica, mas não acho que deveriam demonstrar afeto em público” por “Todo mundo tem direito de expressar seu afeto!”

 

 

É o clássico “dois pesos, duas medidas”A partir do momento em que você acha “normal” um casal heterossexual demonstrar carinho em público, pensar que é anormal um casal lésbico fazer o mesmo por ser “desrespeito”, você está sendo lesbofóbico. Visibilidade também está muito ligada a poder demonstrar carinho em público sem que isso seja visto como desrespeitoso, mas sim como algo normal, direito de todos.

 

6. Troque “Quando você era heterossexual” por “Quando você ainda não se percebia lésbica…”

 

Normalmente, evitamos essencializar: ou seja, dizer que alguém “era heterossexual” não faz tanto sentido. Existem mulheres lésbicas que sim, tiveram relações heterossexuais antes de se perceberem lésbicas. Mas quem era heterossexual era a relação, não a mulher lésbica. Também não podemos esquecer que existem mulheres bissexuais, que se relacionam com ambos (ou mais) gêneros.

 

7. Troque “Como vocês transam? ” por uma postura não invasiva

 

Muitos pensam que essa pergunta é apenas uma curiosidade, porém toda curiosidade tem o limite do respeito à outra pessoa. Se você não tem intimidade, não pergunte sobre a vida sexual de alguém. Além disso, o sexo está além da penetração e do padrão heteronormativo. Outro fator importante é que muita gente acaba assistindo pornô lésbico sem saber que aquela representação em nada tem a ver com a realidade das relações homossexuais entre mulheres. O pornô é, normalmente, enviesado para o fetiche masculino e, portanto, não serve como mídia educadora sobre o tema.

 

8. Troque “Você quer parecer um homem” por “Que bom que você está se vestindo da maneira que deseja!”

 

Roupa não define gênero! É muito comum confundir orientação sexual com identidade de gênero. Lésbicas que costumam vestir roupas “masculinas” não querem ser ou parecer com homens, só se sentem mais à vontade assim. É uma questão de estilo, conforto e gosto, que não estão ligados à identidade de gênero. Temos que ir além do binarismo de gênero. Afinal, a diversidade existe e persiste, lutando todos os dias contra a discriminação do diferente!

 

9. Troque “Lésbicas odeiam homens” por “Lésbicas são livres para amar outras mulheres!”

 

O fato de escolher ter relacionamentos somente com mulheres não faz com que lésbicas odeiem homens. Lésbicas têm pai, irmão, avô, primo, tio e amigos. Não é porque têm atração somente por mulheres que automaticamente odeiam homens.

 

10. Troque “Tudo bem você ser assim, mas não precisa se expor” por “Sua visibilidade abre caminho para outras mulheres!”

 

 

Infelizmente é um comentário comum e que, num primeiro momento, pode parecer inofensivo. Muitas vezes, vem da própria família da pessoa, com vergonha da opção sexual dela. Infelizmente, isso machuca e sufoca,  minando a representação, super ligada à visibilidade lésbica. É necessário que lésbicas existam e ocupem espaços para que outras vejam, sintam-se representadas e não tenham vergonha de se sentir atraída pelo o mesmo gênero.

 

Todo o ato de se aceitar e aceitar o outro já é um processo de coragem. É lutar por respeito, direito, pela sua visibilidade. É se amar e poder amar outra mulher. É não seguir expectativas e escrever sua própria história! É aceitar o que sentimos, é abrir portas para nossos sentimentos, é se amar como é, mesmo que seja diferente do padrão da sociedade! 

Esses são apenas 10 frases que lésbicas estão cansadas de ouvir, mas existem muitas outras. Esperamos que ao falarmos sobre a discriminação nelas enraizada, a gente ajude a modificar essa realidade. Além disso, você e todo mundo podem ajudar a mudar isso avaliando locais acolhedores às pessoas LGBTI+ na nossa plataforma: a Nohs Somos trabalha para mapear espaços seguros e acolhedores à população LGBTI+ e isso também inclui locais que se comunicam de forma inclusiva e respeitosa.

 

Texto por Amanda Cesar Madeira
Revisão, Arte e Organização por Marianna Spindola Godoy

3 respostas

  1. Uau cara,eu amei isso,eu não tinha certeza da minha sexualidade então eu já tinha ficado com um menino porém não gostei até eu ficar com uma menina e eu amei
    Porém fui contar pra minha contar pra minha amiga elá n me apoiou em nada

    1. Oi, Laura! Que bom que você curtiu nosso conteúdo. Quem sabe explicando ou mostrando o post, sua amiga consiga entender melhor o que acontece com a gente.
      Comunicação é tudo! Esperamos que vocês fiquem bem 💗

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