O 8 de Março chega e pode significar um frio na barriga para as lideranças de RH. Em tempos de cancelamento em redes sociais, parece que tudo que era feito há dez anos para celebrar o Dia da Mulher – que virou mês – pode representar um risco impensado de crise interna ou externa.
Funcionárias e funcionários não hesitam mais em expor lideranças que não sabem ler o zeitgeist do momento, a voz da sociedade, e insistem em velhas fórmulas que representam o patriarcado, o machismo e a opressão.
8 de Março está aí: você tem medo de dar flores de presente para as colaboradoras?
E o que tem a flor com isso? Nada – se o que está sendo feito for além do “token”, do presentinho para constar.
Bater aquela fotinho e postar nas redes sociais para mostrar o quanto clientes e colaboradoras importam para a sua organização pode gerar o efeito contrário, se a sua marca e os valores não condizem com o que esperamos: respeito, direitos iguais, menos objetificação, assédio, enfim, um espaço igualitário para que possamos entregar o melhor do nosso potencial e sermos reconhecidas à altura.
No Mês da Mulher, o que mais nos chegam são pedidos para falar sobre:
- espaço de fala;
- prevenção à violência; e
- formas de lidar com o mundo nada amigável para quem trabalha fora.
Não raro, fomos convidadas para contornar iniciativas infrutíferas de departamentos de Marketing e RH, que tentam apenas dizer que a data do dia 8 de Março é rosa. Só esse dia. Porque, nos demais, a situação fica bem longe dos tons pastéis e é carregada de resiliência e, muitas vezes, de vontade de desistir.
A gente sabe que ainda é preciso muita luta para conseguirmos ter o mundo que esperamos. Mas, o primeiro passo já foi dado e, por isso, a sociedade se mostra intolerante, muitas vezes, a quem está agarrado ao passado.
Podemos ir além: vamos dialogar?
E por que não conversar? Vamos zerar essa história e começar discutindo o “elefante” que está na sala? Não queremos colocar o dedo em riste contra ninguém.
Apenas queremos espaço para iniciar um movimento de mudança para uma cultura sustentável para todes. Uma cultura onde aquele programa de TV do horário nobre que incitava assédio e nos diminuía deixou de ser uma referência do que é normal para se tornar algo repudiável. E estamos dispostas a mostrar os porquês. Porque sempre é hora de começar.
Atuar junto com consultorias de diversidade e inclusão, como a Nohs Somos, é uma ação importante a ser tomada para promover lideranças que garantam o respeito e a resolução de conflitos no espaço de trabalho. Estamos com as últimas datas da agenda de talks, com foco no Mês da Mulher, em parceria com a Women Friendly. Você pode entrar em contato agora com um de nossos consultores clicando aqui!
Texto por Ana Addobbati, especialista em diversidade de gênero da Nohs Somos e Co-founder da Women Friendly
Organização, Revisão e Ilustração por Marianna Spindola Godoy
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Olá!
Adoro a forma como vocês abordam as tematicas!
Gratidão! ♥ Sempre tentamos tratar assuntos relevantes de maneira leve e acessível 🙂